Vamos fazer uma leitura de textos que contam histórias de vida.
Traquinagem
Crianças são alegres e sapecas e de vez em quando vão parar na diretoria porque fazem alguma traquinagem. Com dona Edila não foi muito diferente. Um dia, junto com mais dois colegas da classe, foi conduzida à sala da diretora para ouvir um sermão por seu mau comportamento. Muito agitada por natureza, a menina não conseguia ficar parada, e enquanto a diretora dava a bronca, ela encontrou um buraquinho em uma gaveta da mesa e enfiou o dedo lá. O dedo ficou preso, e puxa que puxa, enquanto o sermão corria, nada do dedo sair do buraco. Quando acabou, a diretora pediu que as crianças voltassem para a sala. Foi então que a coisa complicou, Dona Edila puxou a mão com força, mas não teve solução, a gaveta veio junto. Foi necessário chamar um marceneiro para serrar a ‘bendita’ e tirar o dedo da menina que estava preso. Texto escrito por alunos, depois de ouvirem uma História de Vida de Dona Edila Rodrigues em uma escola de Santo André, na cidade de São Paulo (2008). Publicado no site do Museu da Pessoa www.museudapessoa.org.br. (Adaptado).
O ônibus amarelo
Terminal Rodoviário da cidade de Campina Grande, Estado da Paraíba, anos 70. Viajar e conhecer o mundo a bordo de um ônibus era o desejo do menino que foi sendo alimentado com as constantes despedidas de seus entes queridos na estação. Primeiro seu pai, depois seus avós, tios, primos e primas. Aos poucos, um a um embarcaram naquele imenso ônibus amarelo e partiram deixando a dor da saudade e a vontade incontrolável de acompanhá‐los. O tempo passou, o menino cresceu, viajou e conheceu o imenso Brasil. A floresta amazônica, as praias nordestinas, o Pantanal, as montanhas cariocas, a arquitetura paulista, a história mineira, os pampas gaúchos. Manaus, Belém, Brasília, Fortaleza, Recife, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro... Sempre a bordo de um ônibus, mas nenhum deles igual àquele em que seus parentes embarcaram. Estação Rodoviária da cidade de Belém, Estado do Pará, julho de 2003. Nesse mês, a escolha da empresa em que iria viajar seria exclusivamente sua. Naquele momento, o homem voltou a ser menino. Os olhos brilhavam e a felicidade transparecia no seu rosto. Ao chegar ao guichê a atendente lhe recebeu tão educadamente que parecia que ela já o esperava. ‐ Bom dia senhor, posso ajudá‐lo? ‐ Sim, bom dia. Por favor, uma passagem para Goiânia. Com o bilhete na mão, dirigiu‐se à plataforma de embarque e aguardou ansiosamente. Quando o grande ônibus amarelo estacionou, a viagem ao passado foi instantânea. Emocionado, os olhos se encheram de lágrimas.
História de Vida contada por Vanderley Santos. Site do Museu da Pessoa (www.museudapessoa.org.br) Em 2007, ele narrou a história de um homem que voltou a ser menino. O homem, ou o menino, era ele mesmo (Adaptado).
Vocês conhecem alguma história interessante, divertida ou engraçada para contar? Tentem se lembrar das histórias que já ouviram ou que conversaram com pessoas da família, vizinhos ou amigos.